terça-feira, 22 de dezembro de 2009

Elis Regina - Ela

Composição: César Costa Filho / Aldir Blanc

Ela sente a solidão do oitavo andar
Todo dia à hora triste do jantar
Só um copo, só um prato
E ao lado um só talher
Tudo é um em seu pequeno mundo
De mulher

Surge a esperança na vida
Ela que dança e convida alguém
Ao elevador do oitavo andar
Pro primeiro amor do oitavo andar
Ela e ele qualquer
Ela duela o pranto do amor
Com ele qualquer
Desce e se esquece no elevador
Com ele qualquer
Ela lembra a vida do interior

Ela na varanda espera seus irmãos
Mesa posta, luz de velas, canções
Ela brinca de princesa
E vem o carnaval
Passa a Páscoa em paz consigo, no quintal
Os dias frios de junho
As rendas brancas nos punhos, balões
E um dia no teatro do local
Ela é a virgem no presépio de Natal

Ela e um dia qualquer
É na varanda, Páscoa, Natal
Com um ele qualquer
Ela duela o pranto do amor
Sozinha outra vez
No oitavo andar onde tudo é um

Solidão e aprendizado... assim ela segue, entre passados e presentes (esperança).
Alguém pra unificar o oitavo andar (só um copo, só um prato e ao lado um só talher) só ele e ela.
Alguém que na soma subtraia, subtraia angústias que leve um pouco dela, por uma noite,
a vida toda, por tudo que o corpo pede, mesmo que sem alma...
Datas, dias, sentido...que sentido? A lágrima que cura, a secura, a aridez da vida.
Ele tem tempo determinado, vai e vem, como os dias, vai e vem como tem de ser.
E na solidão já solidificada, a pele marcada, o costume, ela, presa em sua liberdade!
Que linda canção...

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