terça-feira, 12 de fevereiro de 2013

Tás a ver ?

Tás a ver o que eu estou a ver?
Tás a ver estás a perceber?
Tás a ouvir o que eu estou a dizer?
Tás a ouvir estás a perceber?
Eu tenho visto tanta coisa nesse meu caminho
Nessa nossa trilha que eu não ando sozinho
Tenho visto tanta coisa tanta cena
Mais impactante do que qualquer filme de cinema
E se milhares de filmes não traduzem nem reproduzem
A amplitude do que eu tenho visto
Não vou mentir pra mim mesmo acreditando
Que uma música é capaz de expressar tudo isso
Não vou mentir pra mim mesmo acreditando
Mas eu preciso acreditar na comunicação
Mas eu preciso acreditar na...
Não há melhor antídoto pra solidão
E é por isso que eu não fico satisfeito
Em sentir o que eu sinto
Se o que eu sinto fica só no meu peito
Por mais que eu seja egoísta
Aprendi a dividir as emoções e os seus efeitos
Sei que o mundo é um novelo uma só corrente
Posso vê-lo por seus belos elos transparentes
Mudam cores e valores mas tá tudo junto
Por mais que eu saiba eu ainda pergunto
Tás a ver a vida como ela é?
Tás a ver a vida como tem que ser?
Tás a ver a vida como a gente quer?
Tás a ver a vida pra gente viver?
Nossa vida é feita
De pequenos nadas
Tás a ver a linha do horizonte?
A levitar, a evitar que o céu se desmonte
Foi seguindo essa linha que notei que o mar
Na verdade é uma ponte
Atravessei e fui a outros litorais
E no começo eu reparei nas diferenças
Mas com o tempo eu percebi
E cada vez percebo mais
Como as vidas são iguais
Muito mais do que se pensa
Mudam as caras
Mas todas podem ter as mesmas expressões
Mudam as línguas mas todas têm
Suas palavras carinhosas e os seus calões
As orações e os deuses também variam
Mas o alívio que eles trazem vem do mesmo lugar
Mudam os olhos e tudo que eles olham
Mas quando molham todos olham com o mesmo olhar
Seja onde for uma lágrima de dor
Tem apenas um sabor e uma única aparência
A palavra saudade só existe em português
Mas nunca faltam nomes se o assunto é ausência
A solidão apavora mas a nova amizade encoraja
E é por isso que a gente viaja
Procurando um reencontro uma descoberta
Que compense a nossa mais recente despedida
Nosso peito muitas vezes aperta
Nossa rota é incerta
Mas o que não incerto na vida?
Tás a ver a vida como ela é?
Tás a ver a vida como tem que ser?
Tás a ver a vida como a gente quer?
Tás a ver a vida pra gente viver?
Nossa vida é feita
De pequenos nadas
A vida é feita de pequenos nadas
Que agente saboreia, mas não dá valor
Um pensamento, uma palavra, uma risada
Uma noite enluarada ou um sol a se pôr
Um bom dia, um boa tarde, um por favor
Simpatia é quase amor
Uma luz acendendo, uma barriga crescendo
Uma criança nascendo, obrigado senhor
Seja lá quem for o senhor
Seja lá quem for a senhora
A quem quiser me ouvir e a mim mesmo
Eu preciso dizer tudo o que eu estou dizendo agora
Preciso acreditar na comunicação
Não há melhor antídoto pra solidão
E é por isso que eu não fico satisfeito em sentir o que eu sinto
Se o que sinto fica só no meu peito
Por mais que eu seja egoísta
Aprendi a dividir minhas derrotas e minhas conquistas
Nada disso me pertence
É tudo temporário no tapete voador do calendário
Já que temos forças pra somar e dividir
Enquanto estivermos aqui
Se me ouvires cantando, canta comigo
Se me vires chorando, sorri
Tás a ver a vida como ela é?
Tás a ver a vida como tem que ser?
Tás a ver a vida como a gente quer?
Tás a ver a vida pra gente viver?
Nossa vida é feita
De pequenos nadas



De tantas coisas é feita a nossa vida, de tantas lembranças, paisagens, viagens e acabamos dando valor ao que menos importa. Olhamos tanto mas acabamos não vendo nada.Vamos vivendo e aprendendo e dividindo e multiplicando vendo que não a paredes entre homens só pontes, basta saber atravessar.
Para mim essa musica é meio metamorfica pois muda o sentido de acordo com a fase de sua vida, é uma reflexão profunda sobre viver, fala sobre as pequenas coisas que fazem a diferença na nossa vida,"Os pequenos nadas que a gente saboreia mais não da valor", mais no final são eles que nos mantem de pé e fortes para seguir em frente. 

sábado, 2 de abril de 2011

Tudo Outra Vez

Composição : Belchior

Há tempo, muito tempo
Que eu estou
Longe de casa
E nessas ilhas
Cheias de distância
O meu blusão de couro
Se estragou
Oh! Oh! Oh!...

Ouvi dizer num papo
Da rapaziada
Que aquele amigo
Que embarcou comigo
Cheio de esperança e fé
Já se mandou
Oh! Oh! Oh!...

Sentado à beira do caminho
Prá pedir carona
Tenho falado
À mulher companheira
Quem sabe lá no trópico
A vida esteja a mil...

E um cara
Que transava à noite
No "Danúbio azul"
Me disse que faz sol
Na América do Sul
E nossas irmãs nos esperam
No coração do Brasil...

Minha rede branca
Meu cachorro ligeiro
Sertão, olha o Concorde
Que vem vindo do estrangeiro
O fim do termo "saudade"
Como o charme brasileiro
De alguém sozinho a cismar...

Gente de minha rua
Como eu andei distante
Quando eu desapareci
Ela arranjou um amante
Minha normalista linda
Ainda sou estudante
Da vida que eu quero dar...

Até parece que foi ontem
Minha mocidade
Com diploma de sofrer
De outra Universidade
Minha fala nordestina
Quero esquecer o francês...

E vou viver as coisas novas
Que também são boas
O amor, humor das praças
Cheias de pessoas
Agora eu quero tudo
Tudo outra vez...

Minha rede branca
Meu cachorro ligeiro
Sertão, olha o Concorde
Que vem vindo do estrangeiro
O fim do termo "saudade"
Como o charme brasileiro
De alguém sozinho a cismar...

Gente de minha rua
Como eu andei distante
Quando eu desapareci
Ela arranjou um amante
Minha normalista linda
Ainda sou estudante
Da vida que eu quero dar
Hum! Huuum!...

E assim segue o caminho de um caroço que um dia sonhou em ser semente e seus sonhos foram levados no rumo dos ventos para um garoto sonhava ser homem, sonhava ser pessoa, sonhava ser passaro e apesar de tudo ainda sonha... Não tenho muito o que dizer a nao ser: MUITO OBRIGADO VÉIO.....

sábado, 4 de dezembro de 2010

Um Homem Também Chora (guerreiro Menino)

Um homem também chora
Menina morena
Também deseja colo
Palavras amenas...

Precisa de carinho
Precisa de ternura
Precisa de um abraço
Da própria candura...

Guerreiros são pessoas
Tão fortes, tão frágeis
Guerreiros são meninos
No fundo do peito...

Precisam de um descanso
Precisam de um remanso
Precisam de um sono
Que os tornem refeitos...

É triste ver meu homem
Guerreiro menino
Com a barra do seu tempo
Por sobre seus ombros...

Eu vejo que ele berra
Eu vejo que ele sangra
A dor que tem no peito
Pois ama e ama...

Um homem se humilha
Se castram seu sonho
Seu sonho é sua vida
E vida é trabalho...

E sem o seu trabalho
O homem não tem honra
E sem a sua honra
Se morre, se mata...

Não dá prá ser feliz
Não dá prá ser feliz...

É triste ver meu homem
Guerreiro menino
Com a barra de seu tempo
Por sobre seus ombros...

Eu vejo que ele sangra
Eu vejo que ele berra
A dor que tem no peito
Pois ama e ama...

Um homem se humilha
Se castram seu sonho
Seu sonho é sua vida
E vida é trabalho...

E sem o seu trabalho
O homem não tem honra
E sem a sua honra
Se morre, se mata...

Não dá prá ser feliz
Não dá prá ser feliz...

Não dá prá ser feliz
Não dá prá ser feliz
Não dá prá ser feliz...

Sim... o homem também chora, também sente dor, sente medo, mais, acima de tudo, sonha e é isso que o faz superar cada obstáculo como se fosse o ultimo de sua vida. O homem é muito mais simples que a mulher só deseja paz, amor e a felicidade de sua família, acima de tudo, quer colo quando sente dor, protecção quando sente medo. Queremos um porto seguro as mulheres.

terça-feira, 22 de dezembro de 2009

Elis Regina - Ela

Composição: César Costa Filho / Aldir Blanc

Ela sente a solidão do oitavo andar
Todo dia à hora triste do jantar
Só um copo, só um prato
E ao lado um só talher
Tudo é um em seu pequeno mundo
De mulher

Surge a esperança na vida
Ela que dança e convida alguém
Ao elevador do oitavo andar
Pro primeiro amor do oitavo andar
Ela e ele qualquer
Ela duela o pranto do amor
Com ele qualquer
Desce e se esquece no elevador
Com ele qualquer
Ela lembra a vida do interior

Ela na varanda espera seus irmãos
Mesa posta, luz de velas, canções
Ela brinca de princesa
E vem o carnaval
Passa a Páscoa em paz consigo, no quintal
Os dias frios de junho
As rendas brancas nos punhos, balões
E um dia no teatro do local
Ela é a virgem no presépio de Natal

Ela e um dia qualquer
É na varanda, Páscoa, Natal
Com um ele qualquer
Ela duela o pranto do amor
Sozinha outra vez
No oitavo andar onde tudo é um

Solidão e aprendizado... assim ela segue, entre passados e presentes (esperança).
Alguém pra unificar o oitavo andar (só um copo, só um prato e ao lado um só talher) só ele e ela.
Alguém que na soma subtraia, subtraia angústias que leve um pouco dela, por uma noite,
a vida toda, por tudo que o corpo pede, mesmo que sem alma...
Datas, dias, sentido...que sentido? A lágrima que cura, a secura, a aridez da vida.
Ele tem tempo determinado, vai e vem, como os dias, vai e vem como tem de ser.
E na solidão já solidificada, a pele marcada, o costume, ela, presa em sua liberdade!
Que linda canção...

segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

Canto para minha morte

Eu sei que determinada rua que eu já passei
Não tornará a ouvir o som dos meus passos.
Tem uma revista que eu guardo há muitos anos
E que nunca mais eu vou abrir.
Cada vez que eu me despeço de uma pessoa
Pode ser que essa pessoa esteja me vendo pela última vez
A morte, surda, caminha ao meu lado
E eu não sei em que esquina ela vai me beijar

Com que rosto ela virá?
Será que ela vai deixar eu acabar o que eu tenho que fazer?
Ou será que ela vai me pegar no meio do copo de uísque?
Na música que eu deixei para compor amanhã?
Será que ela vai esperar eu apagar o cigarro no cinzeiro?
Virá antes de eu encontrar a mulher, a mulher que me foi destinada,
E que está em algum lugar me esperando
Embora eu ainda não a conheça?

Vou te encontrar vestida de cetim,
Pois em qualquer lugar esperas só por mim
E no teu beijo provar o gosto estranho
Que eu quero e não desejo,mas tenho que encontrar
Vem, mas demore a chegar.
Eu te detesto e amo morte, morte, morte
Que talvez seja o segredo desta vida
Morte, morte, morte que talvez seja o segredo desta vida

Qual será a forma da minha morte?
Uma das tantas coisas que eu não escolhi na vida.
Existem tantas... Um acidente de carro.
O coração que se recusa abater no próximo minuto,
A anestesia mal aplicada,
A vida mal vivida, a ferida mal curada, a dor já envelhecida
O câncer já espalhado e ainda escondido, ou até, quem sabe,
Um escorregão idiota, num dia de sol, a cabeça no meio-fio...

Oh morte, tu que és tão forte,
Que matas o gato, o rato e o homem.
Vista-se com a tua mais bela roupa quando vieres me buscar
Que meu corpo seja cremado e que minhas cinzas alimentem a erva
E que a erva alimente outro homem como eu
Porque eu continuarei neste homem,
Nos meus filhos, na palavra rude
Que eu disse para alguém que não gostava
E até no uísque que eu não terminei de beber aquela noite...

Vou te encontrar vestida de cetim,
Pois em qualquer lugar esperas só por mim
E no teu beijo provar o gosto estranho que eu quero e não desejo,mas tenho que encontrar
Vem, mas demore a chegar.
Eu te detesto e amo morte, morte, morte
Que talvez seja o segredo desta vida
Morte, morte, morte que talvez seja o segredo desta vida


o pai do rock brasileiro, grande génio, nesta canção escreve uma carta para a "MORTE", dizendo-lhe não para não vir, mais sim, venha mais que pelo menos venha bela, para que, talvez, só talvez, conhecer o segredo desta vida, pede que se demore o máximo, ele quer mais não deseja tal destino, mais no fundo o que ele realmente deseja é continuar vivo mesmo morrendo, afirma que a morte e a mais profunda incerteza, pois não se sabe nem como nem quando vira só se sabe que vira, pra mim essa é mais que uma carta para a morte é também uma carta de adeus.

quinta-feira, 15 de outubro de 2009

Tem alguem ai

Antes era só alegria
O mundo não mordia
A vida era doce, nem ardia

Mas aí um dia
Ou quem sabe dois ou três
Eu só queria superar a timidez

Eu queria fazer parte de alguma coisa
Se crescer já é difícil
Crescer sozinho é mais

A gente tem que dar um jeito de gostar de alguma coisa
A gente tem que dar um jeito de ficar satisfeito

Mas o tempo passa
E se a vida é sem graça
A gente disfarça na mesa do jantar

Pra depois tentar desabafar numa conversa
Mas ninguém se interessa na mesa do bar

Ninguém tá escutando o que eu quero dizer
Ninguém tá me dizendo o que eu quero escutar
Ninguém tá explicando o que eu quero entender
Ninguém tá entendendo o que eu quero explicar

Ninguém tá escutando o que eu quero dizer
Ninguém tá me dizendo o que eu quero escutar
Ninguém tá explicando o que eu quero entender
Ninguém tá entendendo o que eu quero explicar

Conversa vazia, cabeça vazia
De prazer, cheia de dúvida
De vontade de fazer qualquer loucura, que pareça aventura
Qualquer experiência que altere o estado de consciência

Que te dê a sensação de que você não tá perdido
Que alguém te dá ouvidos
Que a vida faz sentido

Chega! Chega!
Não, eu quero mais
Bebe, fuma, cheira, tanto faz

Droga é aquela substância responsável por tornar a sua vida aparentemente mais suportável

Confortável ilusão
Parece liberdade, na verdade é uma prisão

Ninguém tá escutando o que eu quero dizer
Ninguém tá me dizendo o que eu quero escutar
Ninguém tá explicando o que eu quero entender
Ninguém tá entendendo o que eu quero explicar

Ninguém tá escutando o que eu quero dizer
Ninguém tá me dizendo o que eu quero escutar
Ninguém tá explicando o que eu quero entender
Ninguém tá entendendo o que eu quero explicar

Ninguém prepara o jovem
Nem os pais, nem a TV
Pra botar o pé na estrada e não se perder

Ninguém prepara o jovem
Pra saber o que fazer
Quando bater na porta e ninguém atender

Ninguém me dá a chave
Pra abrir a porta certa
Mas a porta errada eu encontro sempre aberta

Entrar numa roubada é mais fácil que sair

Tem alguém aí?

Tem alguém aí, ou saiu pra viajar?
Tem alguém aí, ou saiu pra passear?

Você tá viajando
Quando é que você volta?
Onde você quer chegar?

Ninguém tá escutando o que eu quero dizer
Ninguém tá me dizendo o que eu quero escutar
Ninguém tá explicando o que eu quero entender
Ninguém tá entendendo o que eu quero explicar

Ninguém tá escutando o que eu quero dizer
Ninguém tá me dizendo o que eu quero escutar
Ninguém tá explicando o que eu quero entender
Ninguém tá entendendo o que eu quero explicar

Eu sei que depende
Mas se você depende da droga
Ela é a falsa rebeldia que te ajuda a se enganar
A mentira que vicia

Porque parece bem melhor do que a verdade do outro dia
Falsa fantasia é a droga que parece mais real do que esse mundo de hipocrisia que te afoga

A droga é só mais uma ferramenta do sistema
Que te envenena e te condena

Overdose de veneno só te deixa pequeno
Muito álcool, muito crack, muita coca

A vida te sufoca
E vai batendo a onda
A onda bate, a onda soca

A onda bate forte
Apressando a morte feito um trem
Você sabe que ele vem
Mas se amarra bem no trilho, suicida

A doença tem cura pra quem procura
Pra quem sabe olhar pra trás
Nenhuma rua é sem saída

Ninguém tá escutando o que eu quero dizer
Ninguém tá me dizendo o que eu quero escutar
Ninguém tá explicando o que eu quero entender
Ninguém tá entendendo o que eu quero explicar

Ninguém tá escutando o que eu quero dizer
Ninguém tá me dizendo o que eu quero escutar
Ninguém tá explicando o que eu quero entender
Ninguém tá entendendo o que eu quero explicar

Ninguém tá escutando o que eu quero
Ninguém tá me dizendo o que eu quero
Ninguém tá explicando o que eu quero
Ninguém tá entendendo o que eu quero

Ninguém tá me escutando
Ninguém tá me dizendo
Ninguém tá me explicando
Ninguém tá me entendendo

Gabriel o Pensador



Ai, Ai, Adolecencia um dos períodos mais complicados da vida, O qual é cheio de péssimas e ótimas propostas e amigos, e é isso que fala essa letra, mais um dos alertas do grande compositor que é Gabriel o pensador.
Drogas, falta de oportunidades boas para os Jovens, ate por que "A porta Errada eu encontro sempre aberta", essa escolha lado a ou lado b é sempre difícil, ainda mais quando seus pais não estão la pra te apoiar, ou, as vezes você mesmo não deixa seus pais o apoiarem, ai é nessa hora que os cabeças fracas correm para a droga, em busca da ilusão de tornar a sua vida pouco mais suportável. vejo também, nessa letra, a busca do jovem por ajuda quando as suas escolhas ruins vem bater a porta, mais ele vem que tudo se afastou, ninguém o entende, nem sua própria família esta la, ele sabe que se continua diminui sua vida, mais continua mesmo assim, a droga é seu único porto seguro, onde ele se agarra para superar seus problemas, busca nas drogas uma forma de se faser ouvir a própria voz, se alto afirmar, mais quando tudo pesa, ele tenta fugir diz que não consegue sair da droga, ai vem um santo alguem para dar o chato mais nessesariochoque de conciencia. o fazendo repensar tudo até ali.

quinta-feira, 10 de setembro de 2009

A Seta e o Alvo

Composição: Paulinho Moska e Nilo Romero

Eu falo de amor à vida,
Você de medo da morte.
Eu falo da força do acaso
E você de azar ou sorte.

Eu ando num labirinto
E você numa estrada em linha reta.
Te chamo pra festa,
Mas você só quer atingir sua meta.
Sua meta é a seta no alvo,
Mas o alvo, na certa, não te espera.

Eu olho pro infinito
E você de óculos escuros.
Eu digo: "Te amo!"
E você só acredita quando eu juro.

Eu lanço minha alma no espaço,
Você pisa os pés na terra.
Eu experimento o futuro
E você só lamenta não ser o que era.
E o que era?
Era a seta no alvo,
Mas o alvo, na certa, não te espera.

Eu grito por liberdade,
Você deixa a porta se fechar.
Eu quero saber a verdade
E você se preocupa em não se machucar.

Eu corro todos os riscos,
Você diz que não tem mais vontade.
Eu me ofereço inteiro
E você se satisfaz com metade.
É a meta de uma seta no alvo,
Mas o alvo, na certa não te espera!

Então me diz qual é a graça
De já saber o fim da estrada,
Quando se parte rumo ao nada?

Sempre a meta de uma seta no alvo,
Mas o alvo, na certa, não te espera.

Então me diz qual é a graça
De já saber o fim da estrada,
Quando se parte rumo ao nada?



O antagonismo das interpretações de mundo, o homem, a mulher...
Dois seres distintos e complementares (assim como a própria seta é para o alvo), os ímpares e pares que perambulam pela vida.
Quase sempre desencontrados, a urgência e o sossego.
Paulinho propõe uma voz meio que indefinida, mas que tem um ar masculino, talvez pelo fato de ser cantada em sua voz, mas enfim...Traz em si o desespero, o elogio da liberdade que em suma não tem sexo. Me percebo em seu desabafo, como aquele que busca no outro um algo que nos limite, que nos encerre em nós, que nos complete sem nos sufocar, um alguém que tope estar de mãos dadas com você quando você decidir se jogar no desconhecido, no abismo. Alguém que te dê liberdade e que seja livre por si e só. Essa canção me faz pensar que o casal perfeito seria aquele que de tão livres sentissem a necessidade perpetua do outro, o ser livre de um dependente do ser livre do outro. Num geral vejo uma grande canção de amor, pois de alguma maneira é um puchão de orelha no parceiro pra que o mesmo possa acordar pra eterna urgência do amor, do amor sem obrigações, o amor/respeito, o amor gratuito e sem exigentes contrapartidas, um amor que nem pareça amor!

PS: Então me diz qual é a graça
De já saber o fim da estrada,
Quando se parte rumo ao nada?